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domingo, 30 de março de 2014

Seriema-de-pernas-vermelhas (Cariama cristata)

CARIAMIFORMES


CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA

CLASSE: Aves,
ORDEM: Cariamiformes,
FAMÍLIA: Cariamidae,
GÊNERO: Cariama,
NOME CIENTÍFICO: Cariama cristata

                Seriema-de-pernas-vermelhas (Cariama cristata) - Linnaeus, 1766 [LC]

                A Cariama cristata é uma Seriema predadora, terrestre, da Família Cariamidae

DESCRIÇÃO

                A Seriema-de-pernas-vermelhas tem 75 a 90 centímetros de comprimento, com pescoço, cauda e pernas razoavelmente longos. 
                Pesa cerca de 1,5 a 2,2 kg com pernas, pescoço e cauda longas.

                               Possui plumagem marrom-acinzentada, finamente barrada e vermiculada de marrom-escuro e preto; marrom claro na cabeça, pescoço e peito; branco na barriga. 
                A cauda externa longa e larga tem uma faixa preta subterminal e uma ponta branca. 

                Tem um bico avermelhado e pernas muito compridas de cor salmão. 
                Os olhos são amarelos.
                Penas macias emergem da base do bico para formar uma crista distinta em forma de leque.

                Muitas outras características são compartilhadas com a Seriema-de-pernas-pretas (Chunga burmeisteri), o único outro membro vivo de sua família. 
                Algumas dessas características são discutidas no artigo Cariamidae.

DIMORFISMO SEXUAL

                Os machos são ligeiramente maiores que as fêmeas. 

TAXONOMIA

                Antes, esta espécie era incluída antes na ordem "Gruiformes" mas cada vez mais colocada em uma ordem distinta - Cariamidae (juntamente com três famílias extintas). 

                A Seriema-de-pernas-vermelhas foi descrita em 1766 pelo naturalista sueco Carl Linnaeus na décima segunda edição de seu livro Systema Naturae. Ele cunhou o nome binomial Palamedea cristata

                A Seriema-de-pernas-vermelhas é agora a única espécie colocada no gênero Cariama que foi introduzido pelo zoólogo francês Mathurin Jacques Brisson em 1760. 

ETIMOLOGIA

                O epíteto específico cristata é latim para "com crista", "plumado" " ou "tufado". O naturalista alemão Georg Marcgrave usou a palavra latina Cariama para a Seriema-de-pernas-vermelhas em sua Historia naturalis Brasiliae, publicada.

                O nome é derivado da palavra portuguesa seriema, que vem de uma palavra tupi correspondente a çariama, derivada das palavras çaria (crista) e am (levantado).

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

                A Seriema-de-pernas-vermelhas habita a maior parte do centro e leste do Brasil, Paraguai, leste e sudeste da Bolívia, Uruguai e nordeste da Argentina
                É encontrado em altitudes de até 2.000 metros.
                A sua área de ocorrência é estimada em 5,9 milhões de km². 

                A espécie está ausente da Mata Atlântica e das terras altas do planalto ao longo do litoral do Brasil.

OUTROS NOMES

                Sariema,
                Seriema,
                Siriema.

HÁBITOS ALIMENTARES

                As Seriemas-de-pernas-vermelhas são onívoras, provavelmente comendo presas em resposta à sua abundância. As dietas consistem principalmente em artrópodes (como gafanhotos, besouros, formigas e aranhas), larvas de insetos, lagartos, anfíbios, cobras, roedores e outros pequenos vertebrados; ocasionalmente, grãos de milho (Zea mayz) e outras culturas, frutas silvestres e goma de árvore. 

                Em cativeiro, e provavelmente até na natureza, ovos e filhotes de outras espécies de aves também são comidos.

                Normalmente se alimenta sozinho ou em pares, sazonalmente em pequenos grupos familiares; forrageia andando constantemente, procurando comida no chão ou na vegetação rasteira. 

                Aves forrageadoras às vezes ficam obscurecidas devido às cores enigmáticas da plumagem. Ele agarra pequenos vertebrados em seu bico e os bate contra o chão antes de desmembrá-los com seu bico e garras.

INFANTICÍDIO

                Durante um estudo de longo prazo no município de Arcos, Minas Gerais, Brasil, uma equipe de pesquisa colocou uma armadilha fotográfica em um dos 44 ninhos de seriemas em sua área de estudo. 

                Em 29 de setembro de 2018, gravou um vídeo de 20 minutos de um adulto matando um dos três filhotes, comendo parte dele e permitindo que os outros dois filhotes se alimentassem da carcaça. 

                Foi o primeiro infanticídio e canibalismo parental documentado pela espécie na natureza, embora tenha sido observado em um indivíduo cativo. 

                Os pesquisadores observam que pouquíssimas ninhadas de Seriemas-de-pernas-vermelhas deixam três filhotes e especulam que o terceiro filhote sirva como alimento de reserva para os outros dois em momentos de estresse.

HABITAT

                A Seriema-de-pernas-vermelhas prefere o habitat campestre a qualquer outro. Embora goste de habitar prados verdejantes perto de rios, não se move facilmente para zonas húmidas ou campos de cultivo. 

                Frequenta áreas semi-abertas e bastante secas, como arbustos espinhosos e regiões de florestas semi-áridas, savanas e fazendas, e também pastagens montanhosas perto de áreas arborizadas. 

                Esta espécie é muito típica da Caatinga, Cerrado e Chaco.

VOCALIZAÇÃO

                O canto é descrito como "um cruzamento entre o latido "serrilhado" de um cão jovem e o cacarejar de perus". 

                Na parte mais alta da música, a ave dobra o pescoço, de modo que a cabeça toca as costas. Ambos os membros de um par, assim como os jovens até a idade de duas semanas, cantam. 

                Por vezes, um membro da família começa uma música apenas quando um outro termina, ou cantam dois ao mesmo tempo. 
                A canção pode ser ouvida por vários quilômetros de distância. 

                No Parque Nacional das Emas, em 1981-1982, os observadores ouviam frequentemente quatro Cariama cristata ou grupos cantando ao mesmo tempo.

COMPORTAMENTO

                As seriemas são aves cautelosas, territoriais e diurnas. Geralmente, a Seriema-de-pernas-vermelhas é sedentária, embora haja relatos de migrações relacionadas à temperatura. 

                É normalmente visto sozinho ou em pares, mas ocasionalmente em grupos de até quatro indivíduos, aparentemente famílias. 

                Geralmente anda no chão e pode facilmente correr mais rápido que um humano em seu habitat. Ele fugirá de um carro a pé a velocidades de até 25 km/h, antes de voar.

                A defesa territorial pode envolver confronto agonístico entre indivíduos, inicialmente caracterizado por duetos de vocalizações completas seguidos de corridas curtas e fugas em direção a intrusos, alternados com ataques de garras e bicos.

                Em um conflito entre dois pássaros, eles pularam um no outro com os pés primeiro, mantendo o equilíbrio batendo as asas.

REPRODUÇÃO

                Esta espécie normalmente nidifica em árvores ou arbustos baixos, modo que os adultos são capazes de alcançar o ninho a partir do solo.

                As seriemas são monogâmicas. 
                Na natureza, a época de reprodução corresponde aos meses chuvosos de fevereiro a julho no nordeste do Brasil, de setembro a janeiro no Brasil central e de novembro a dezembro na Argentina.

                Na época da reprodução, o macho, mais intimidador ou forçado sobre a fêmea, abre as asas lateralmente, movendo-as para a frente e exibindo a disposição contrastante das penas de voo, padrão semelhante ao de certas aves de rapina, como a ave Secretária-africana (Sagittarius serpentarius). 

                A exibição geralmente é seguida por uma pose na frente da fêmea, com a cabeça apontando e a crista levantada. 
                O macho também dá comida (da dieta normal) para a fêmea. 
                Ambos os pássaros chamam, reforçando assim o vínculo entre eles, bem como estabelecendo os territórios do casal. 
                A cópula ocorre no solo. 

                Normalmente, são postos 2 a 3 ovos brancos com manchas suaves. A incubação é feita por ambos os sexos, com duração de 24 a 30 dias. 

                Os filhotes são revestidos por longas penas marrom-claras e são alimentados por ambos os pais; inicialmente, eles pesam cerca de 40–60 gramas. 

                Por volta dos 14 dias de idade, os filhotes são capazes de deixar seus ninhos. Nesse momento, o filhote é capaz de fazer um chamado semelhante à vocalização do adulto, embora muito fraco, para atrair a atenção dos pais para si.
                 A plumagem adulta é obtida em 4–5 meses.

GALERIA:
























sábado, 29 de março de 2014

Ganso-africano (Anser cygnoides)

ZOOLOGIA - 323
CLASSE DAS AVES - 210
ORDEM ANSERIFORMES - 39
FAMÍLIA ANATIDAE - 38
GÊNERO ANSER - 2


ESPÉCIE: Ganso-africano (Anser cygnoides) - Linnaeus, 1758 [EN].

              O Ganso-africano (Anser cygnoides) é uma ave anatídea em perigo de extinção no estado selvagem, em virtude do alto grau de domesticação de difusão ao longo de vários países.

              O Ganso-africano ocorre na EurásiaÁfrica. É uma ave migratória, com zona de nidificação natural é na Mongólia, zona Norte da China e zona sul da Federação Russa. Esta espécie vive ao longo de charcos, lagos e rios próximos a campinas e pradarias. Vivem cerca de dezoito anos, atingindo sua maturidade sexual no primeiro ano. Os casais que se formam duram pela vida toda. Fazem seus ninhos no solo, podendo colocar até quarenta ovos por ninhada. Alimentam-se de gramíneas, folhagens, sementes, frutos e pequenos insetos. São presas freqüentes de raposas, felinos e aves de rapina.

              Os gansos-africanos são apreciados e admirados no mundo todo, seja pela culinária (em França são a fonte do fois gras) como pela inúmera gama de atributos e simbologias que lhes são conferidos.

Simbologia
              Na China, o ganso-africano, ao contrário do ganso-doméstico que significa fidelidade conjugal, era o sinal de que a mulher deveria abrir mão de seu pudor sexual diante de seu homem, revelando também uma conotação de sexualidade e fertilidade dessa ave.

              No Egito Antigo, os Gansos-africanos eram vistos como mensageiros entre o céu e a terra, como também o símbolo da chegada da primavera, a ponto de se fazerem rituais de solturas de quatro gansos, um em cada ponto cardeal para celebrar a ascensão de um novo faraó.

              A constante vigilância dos Gansos também deu a eles o cargo de sentinelas, que é usado desde a Roma antiga quando se criavam gansos ao redor de templos sagrados, como nos dias de hoje se faz em locais estratégicos com avançadíssimos sistemas de segurança como a ANASA no Estados Unidos.

              Na Rússia o Ganso é a forma metaforizada de mulher desejada e em muitas culturas ocidentais é símbolo de carinho e amor maternal, a exemplo dos Contos da Mãe Gansa.

Galeria: 28.